Uso Problemático da Internet e a Depressão em Estudantes Universitários
Nos últimos anos, a internet se tornou essencial na vida diária, especialmente para os jovens. No entanto, o que começa como uma ferramenta útil para comunicação e aprendizado pode, em alguns casos, transformar-se em um padrão de uso problemático, resultando em sérios impactos na saúde mental. O estudo intitulado “Relação entre o Uso Problemático da Internet e a Depressão em Estudantes Universitários da América Latina” examina essa questão, focando em um grupo frequentemente negligenciado nas pesquisas sobre saúde mental: os estudantes universitários latino-americanos.
Com uma amostra de 1.828 alunos, a pesquisa revelou que 40,2% dos participantes demonstraram sinais de uso problemático da internet, enquanto 31,7% relataram sintomas de depressão moderada a severa. Os resultados sugerem uma forte associação entre o uso problemático da internet e níveis mais elevados de depressão, indicando que o uso excessivo da internet pode impactar negativamente a saúde mental dos jovens.
O estudo ressalta a importância de abordar a saúde mental no contexto digital e enfatiza a necessidade de mais pesquisas na América Latina, onde ainda há pouca informação sobre esse fenômeno.
Os principais achados do estudo mostram uma relação significativa entre o uso problemático da internet e a depressão entre os estudantes universitários da região. Os resultados indicam que:
Associação com a Depressão: Os sintomas depressivos estão fortemente associados ao aumento do risco de uso problemático da internet. Isso sugere que estudantes com níveis mais elevados de depressão tendem a ter comportamentos de uso problemático da internet.
Fatores Demográficos: O estudo descobriu que ser do sexo masculino e ter entre 18 e 21 anos aumenta o risco de uso problemático da internet. Embora não tenham sido encontradas diferenças significativas entre os sexos em relação ao uso problemático, as taxas de depressão foram mais altas entre as mulheres.
Idade e PIU: Foi observada uma relação inversa entre a idade e o uso problemático da internet, com os mais jovens apresentando maiores índices de uso problemático.
Necessidade de Cuidado: Os autores alertam para a necessidade de interpretar os resultados com cautela, considerando as limitações do estudo. Eles também discutem a importância de tratar o uso problemático da internet de forma clínica, embora enfatizem a necessidade de um consenso sobre a definição e avaliação do fenômeno.
Esses achados são relevantes para compreender a interação entre saúde mental e o uso da internet, especialmente em contextos latino-americanos, onde há uma lacuna significativa de estudos sobre o tema.
Fonte:
https://www.mdpi.com/2076-328X/14/8/719