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Produtividade lenta: a mentalidade que mudará a forma como trabalhamos, segundo o professor Cal Newport

mar 8, 2024 | Blog

A Produtividade Lenta é a alternativa à produtividade frenética e sem rumo que define o momento atual.

Trabalhar melhor não significa estar mais ocupado. Cunhada por Cal Newport, a produtividade lenta é a palavra de ordem entre os grandes pensadores americanos. Professor da Universidade de Georgetown e autor dos best-sellers Minimalismo Digital e Um Mundo Sem E-mail, Newport é um dos escritores mais renomados do momento, protagonista do podcast Deep Questions. Seu novo livro – Slow Productivity – promete ser uma das grandes revelações de 2024. Não há ninguém melhor do que ele para explicar em que consiste essa forma de trabalhar e se realizar profissionalmente, sem nos esgotarmos pelo caminho e sem perdermos o sentido do trabalho em nossas vidas como um todo. “Quero resgatar o trabalho de conhecimento”, escreve Cal Newport, “e transformá-lo em algo mais sustentável e humano”.

POR QUE ESTAMOS TÃO EXAUSTOS DE TRABALHAR E A ÚNICA SOLUÇÃO POSSÍVEL: PRODUTIVIDADE LENTA
Como Cal Newport explica em seu livro, vivemos em um estado de pseudoprodutividade que se originou anos atrás. “Quando o conhecimento emergiu como uma força econômica, em meados do século 20, gestores e empresários, que não sabiam medir a produtividade de seus funcionários em um contexto em que não havia nada físico para contar, recorreram ao esforço visível como o melhor indicador de produção. Ou seja, quanto mais você parece que está fazendo as coisas, mais produtivo eu devo ser.” Mas esse medidor se tornou um parâmetro envenenado com o surgimento da internet. Se podemos trabalhar a qualquer hora e em qualquer lugar, a produtividade não tem limites, é cada vez mais atividade, até a exaustão. Nesse contexto, “o trabalho remoto contribuiu para aumentar a sobrecarga de mensagens e reuniões e dissolveu as fronteiras entre trabalho e casa, introduzindo uma sensação de onipresença sempre ativa”, aponta em artigo publicado na Newyorker.

QUAL É A PRODUTIVIDADE LENTA DE CAL NEWPORT E COMO PRODUZIR SEM NOS ESGOTARMOS?
“A produtividade lenta é uma filosofia alternativa para produzir um trabalho significativo que também é projetado de forma sustentável”, explica Cal Newport. Ou seja, foca menos em fazer muito em pouco tempo e mais em produzir melhor em períodos mais longos. “Uma abordagem que nos permite trabalhar sem negligenciar nossas necessidades humanas fundamentais.” Ao pesquisar os hábitos de trabalho e a mentalidade de uma ampla gama de pensadores históricos – de Galileu e Isaac Newton a Jane Austen e Georgia O’Keefe – Newport estabeleceu os 3 princípios da produtividade lenta. São eles:

1. FAÇA MENOS… EM MAIS TEMPO
“Produtividade não é apenas sobre o que você realiza; mas também como você se sente quando faz isso.” Nesse sentido, Newport propõe que repensemos as estruturas que sustentam nosso trabalho cotidiano. É urgente que “as ferramentas de produtividade nos ajudem a controlar esse sentimento de estar sempre afogado em obrigações, bem como a recuperar o sentido de intenção e a autonomia dos nossos esforços”.

2. TRABALHE NO RITMO NATURAL DO CÉREBRO
O cérebro funciona melhor em seu ritmo natural. Leva tempo para atingir o estado de concentração. Se, enquanto trabalhamos, “continuamos desviando a atenção para distrações rápidas, como checar e-mails, bate-papo ou redes sociais, nunca conseguimos nos concentrar. Trabalharemos em estado liminar neurológico de atenção dividida. Isso não só reduz nossa capacidade cognitiva, mas também nos esgota. E tanto o nosso trabalho quanto a nossa saúde mental sofrem”, explica.

3. OBCECADO PELA QUALIDADE, NÃO PELA QUANTIDADE
O especialista não acredita que praticar produtividade lenta não deva significar que temos que abrir mão de conquistas profissionais. Muito pelo contrário: é um compromisso com a qualidade no trabalho. Hoje em dia produtividade é verificar sua caixa de entrada de e-mail a cada seis minutos e não abaixar a cabeça sobre a mesa para criar uma ótima estratégia. Isso nos satisfaz, nos permite contribuir com algo para a sociedade, nos traz mais felicidade? Não, não precisamos ser lentos para desenvolver um trabalho significativo e de qualidade. Newport pede a todos que nem sempre culpem a empresa por nosso esgotamento e se envolvam em estabelecer os limites: ser mais realistas sobre os prazos que estabelecemos para nós mesmos, reduzir as tarefas em 25 a 50 por cento, programar temporadas de trabalho lentas e profundas, parar de agendar reuniões às segundas-feiras, agendar as pausas necessárias, encontrar tempo para nós mesmos… Um número infindável de propostas que não são apenas responsabilidade do sistema, mas também dos trabalhadores que, em muitas ocasiões, são responsáveis por equilibrar a velocidade em que vivem.

Fonte
wwwt-elva-com/bienestar/2024/03/07/65e8bfd701a2f1f0848b45ae.html

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