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Um dos maiores erros é se obcecar em alcançar a meta de ser feliz.

jul 13, 2024 | Blog, Neurociência

Segundo Arthur Brooks, professor em Harvard e especialista destacado na busca pela felicidade, um dos maiores erros é se obcecar em alcançar a meta de ser feliz.

A teoria da pirâmide de Maslow estabelece uma hierarquia de necessidades humanas: as fisiológicas e a segurança na base, seguidas das necessidades sociais e do reconhecimento, culminando na autorrealização no topo. Acredita-se que ao satisfazer essas necessidades se alcançará a felicidade, uma aspiração universal ao longo da vida.

No entanto, de acordo com Arthur Brooks, a felicidade é composta por três fenômenos: prazer, satisfação e sentido. “Para ser relativamente feliz, é necessário experimentar os três, já que a felicidade absoluta não é alcançável”, explica o especialista. Assim, uma pessoa feliz desfruta de suas experiências, sente-se satisfeita ao superar obstáculos e direciona suas ações para um propósito de vida.

Brooks adverte que se obcecar com a meta de ser feliz é um erro grave, como ele aponta em seu livro com Oprah Winfrey, “Construa a vida que você deseja”. Ele considera que o conceito de felicidade como uma meta está errado; deveríamos vê-la mais como uma direção. Além disso, a obsessão em alcançá-la pode levar à frustração quando não é alcançada.

Outro erro comum, segundo Brooks, é confundir felicidade com os sentimentos que a acompanham. “O maior erro é pensar que felicidade é um sentimento. Os sentimentos são indícios de felicidade, mas não são a felicidade em si”, explica. Ele compara essa confusão ao aroma de uma refeição que antecipa o prazer de comer, mas não é a comida em si. Para ele, reconhecer esses sentimentos como pistas no caminho para a felicidade é fundamental, já que os altos e baixos emocionais são inerentes à vida humana e fazem parte do processo de crescimento e adaptação.

Resumindo, segundo Brooks, alcançar a felicidade não deveria ser uma meta rígida nem uma busca por emoções constantemente positivas, mas sim um equilíbrio entre prazer, satisfação e um senso de propósito na vida.

Sobre esse assunto, a pesquisa em neurociência revela que a felicidade não é apenas um estado emocional, mas também tem bases biológicas e neuroquímicas.

A ideia de que a felicidade não é um destino final, mas sim um processo contínuo de equilíbrio entre várias dimensões da vida, como prazer, satisfação e propósito, ressoa com muitos achados neurocientíficos. Por exemplo, descobrimos que diferentes áreas do cérebro estão envolvidas na experiência de prazer imediato versus a sensação de realização de objetivos a longo prazo. A dopamina, um neurotransmissor crucial, desempenha um papel fundamental em ambos os tipos de experiências de felicidade, mas de maneiras distintas.

Além disso, estudos sugerem que a felicidade duradoura não vem necessariamente de maximizar os momentos de prazer instantâneo, mas sim de cultivar um sentido de propósito e significado na vida. Isso está alinhado com a visão de Brooks de que a felicidade é uma combinação complexa de emoções e direção na vida, não simplesmente um estado de euforia constante.

Portanto, do ponto de vista da neurociência, a abordagem de Brooks para entender a felicidade como um equilíbrio dinâmico entre desfrutar o presente, sentir-se realizado e viver com propósito parece estar em sintonia com os mecanismos neurais que sustentam experiências humanas de bem-estar. A pesquisa contínua nessa área pode ajudar a refinar ainda mais nossa compreensão e fornecer orientações práticas para promover uma vida mais feliz e satisfatória.

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